quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Já sou crescido! Eu faço!

Já sou crescido! Eu faço!
Ficamos encantados quando os vemos realizar proezas que até há bem pouco tempo nos pareciam impossíveis.

A partir dos dois anos, e quase de um momento para o outro, as crianças experimentam grandes desenvolvimentos nas suas aquisições instrumentais e na sua evolução psicomotora. Muito embora muitas consigam ultrapassar mais rapidamente algumas etapas do que outras, a verdade é que as suas especificidades individuais são diferentes podendo determinar ritmos díspares. Como tal, não devemos compará-las. Porque um primo da mesma idade já anda de bicicleta sem apoios, não quer dizer que o nosso filho consiga fazê-lo de igual modo. E isso não implica, por si só, nenhum “atraso”.

A afirmação da sua individualidade

Nesta idade, a criança quer fazer as coisas sozinha – “eu visto, eu faço, eu sei” – referem frequentemente, estando a produzir e a desenvolver a afirmação do seu Eu. Percebe que tem vontade própria e quer testar os seus limites. É a fase do chamado egocentrismo infantil. Não gosta de ser criticada e tem dificuldade em respeitar as ordens.

Começa a opor-se aos pais quando as regras chocam com os seus desejos, o que muitas vezes resulta em birras. Muito embora já dê muitos sinais da sua independência, para muitas coisas continua a portar-se como um bebé. Pode pedir a chupeta para dormir ou apenas adormecer com a sua mantinha de estimação.

Como aproveitar a sua maior autonomia

Agora que a criança já pretende realizar muitas tarefas sozinha é a altura ideal para que ir aprendendo os hábitos de higiene pessoal. Assim, podemos ensinar-lhe a lavar e secar as mãos sozinho a lavar os dentes depois das refeições. Podemos ainda permitir-lhe que durante o banho e com a nossa supervisão se ensaboe sozinha, desde que lhe lavemos nós a cabeça.

Todavia nunca a devemos deixar sozinha no banho pois poderia escorregar e cair. Podemos ainda deixá-la vestir-se sozinha se lhe ensinarmos a fazê-lo e se tiver roupa adequada: calças ou saias com velcro, camisas, blusas e casacos com botões grandes e sapatos também com velcros. Nesta idade, podemos também permitir-lhe realizar algumas tarefas como:

- Levar a cesta do pão para a mesa

- Colocar os guardanapos na mesa

- Limpar o pó

- Ajudar a fazer a sua caminha

- Dobrar o pijama

- Colocar a roupa suja, que despiu, no cesto

Nunca devemos permitir que a criança transporte:

-Talheres

-Garrafas de vidro

-Pratos ou outros objectos de loiça

Comer sozinho

É natural que nesta idade já coma sozinho e queira experimentar as suas novas habilidades utilizando o garfo e a faca para trinchar. Ainda que lhe falte força e coordenação para manejar o garfo e a faca, devemos deixá-lo experimentar desde que com um talher adequado e sempre debaixo da nossa supervisão.

Muitas vezes, ao tentar trinchar a carne ou o peixe, estes saem do prato mas, se não o deixarmos praticar, não vai conseguir aprender. É também nesta idade que começa a ter as suas preferências culinárias e é capaz de fazer uma birra porque não quer a sopa ou porque prefere o empadão ao peixe cozido.

É meu!

Durante esta etapa, muito embora já tenha iniciado a sua socialização é difícil que brinque de forma cooperativa. No infantário, no jardim ou em casa com outras crianças da mesma idade, a brincar no mesmo local, geralmente não interage com os seus companheiros.

Quando os observa é normalmente para cobiçar os seus brinquedos. Não tem ainda a noção de pertença e assim é capaz de violentamente arrancar um brinquedo da mão de um companheiro, dizendo ufano “É meu!”. Tem dificuldade em partilhar e muitas vezes faz uma birra se não consegue o seu objectivo – brincar com um brinquedo de um companheiro, esperar a sua vez para andar no baloiço ou no escorrega.

Quedas e trambolhões

Na sua ânsia de quererem fazer tudo sozinhos, tentam imitar as crianças mais velhas e não permitem que os apoiem em algumas brincadeiras. Invariavelmente querem realizá-las sozinhos. Assim, são comuns as quedas no parque infantil porque pensam que já são grandes e querem demonstrar as suas capacidades. Trepar, correr, andar de baloiço, de triciclo ou bicicleta, como se fossem meninos grandes e autónomos.

Conselhos aos pais

Nesta idade a nossa ajuda tem de ser muito “diplomática”. Temos de os fazer crer que podem realizar sozinhos as tarefas mas, só com uma pequenina ajuda nossa. Temos de estar sempre atentos e vigilantes.


Fonte: Bebe Saude


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